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“Na final foram vistas muitas agressões. Enquanto o hóquei não respeitar os intervenientes e enquanto as agressões não forem punidas, vamos continuar a sentirmo-nos envergonhados”, completou, numa visão corroborada por Hélder Nunes. “Sentimos que merecíamos mais, fomos uns senhores. Começámos o jogo a ganhar 2-0 a aguentar tudo e mais alguma coisa, inclusive agressões que se vêem na televisão”
Antes do arranque da partida, houve um incidente protocolar. Durante o jogo, várias decisões de arbitragem que deixaram os nervos em franja à comitiva portuguesa. Quando a final do Campeonato do Mundo de hóquei em patins terminou, a Argentina celebrou o sexto título mundial da sua história (2-4) e Portugal lamentou uma oportunidade perdida para revalidar o estatuto que conquistara em 2019, em Barcelona.
Na madrugada desta segunda-feira, o pavilhão Aldo Cantoni, em San Juan, foi inundado por cerca de 8000 adeptos, a esmagadora maioria argentinos. Era um ambiente efervescente, mas não era uma novidade para Portugal, que antes de o jogo começar viu o hino nacional ser interrompido a meio, na habitual apresentação das equipas.
Em pista, a selecção portuguesa começou da melhor forma, com Henrique Magalhães em destaque: o defesa/médio do Sporting marcou logo aos 2’ e repetiu a proeza aos 15’, em ambos os casos com stickadas de meia distância. João Rodrigues ainda ameaçou o 3-0, mas foi mesmo a Argentina a reduzir antes do intervalo, por Pablo Álvarez
Nessa altura, já Hélder Nunes se havia queixado de agressão e o mesmo aconteceria com João Rodrigues no segundo tempo. Numa partida equilibrada, em que a Argentina procurou quase sempre os ataques rápidos, o empate chegou de livre directo, fruto de um cartão azul mostrado a Telmo Pinto, por falta sobre Carlos Nicolía — o avançado do Benfica aproveitou a bola parada.
Portugal controlava melhor os ritmos do jogo e ia procurando desgastar a defesa sul-americana, mas uma bola interceptada a meio-campo por Pablo Álvarez deixou o avançado na cara de Ângelo Girão. Mesmo não tendo sido perfeito, o remate passou lentamente por baixo do corpo do guarda-redes e entrou na baliza.
Sem conseguir ultrapassar novamente Conti Acevedo, Portugal assumiu o risco total a 1m30s do fim, abdicando do guarda-redes para forçar o 5×4. E foi nessa altura que sofreu a machadada final, num contragolpe em que Ezequiel Mena rematou para a baliza vazia (2-4). Faltavam 12 segundos e a festa nas bancadas disparou.
Perdida a possibilidade de se sagrar bicampeã mundial, e de igualar a Espanha como recordista de títulos (17), a selecção portuguesa cumpriu o protocolo, recebeu a medalha de prata ainda na pista, aplaudiu os vencedores, mas deixou um lamento no final do encontro que consagrou a Argentina pela segunda vez nas últimas quatro edições.
“Acho que foi uma grande final, só foi pena algum desrespeito da parte da Argentina para com a selecção portuguesa, com o hino, com a bandeira ao contrário e com uma série de coisas que ficam mal a esta organização. Não tirando o mérito à vitória da Argentina, porque foram um grande conjunto de jogadores ao longo da competição”, resumiu o capitão português, João Rodrigues, citado pelo site da Federação de Patinagem de Portugal.
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“Na final foram vistas muitas agressões. Enquanto o hóquei não respeitar os intervenientes e enquanto as agressões não forem punidas, vamos continuar a sentirmo-nos envergonhados”, completou, numa visão corroborada por Hélder Nunes. “Sentimos que merecíamos mais, fomos uns senhores. Começámos o jogo a ganhar 2-0 a aguentar tudo e mais alguma coisa, inclusive agressões que se vêem na televisão”.
Renato Garrido, seleccionador nacional, valorizou essencialmente a atitude dos jogadores, mas não deixou de condenar também as “muitas agressões” que “passaram ao lado”. “Não me vou agarrar a essas desculpas, mas os jogadores que estiveram aqui são profissionais ao mais alto nível e, se calhar, a arbitragem também tem de passar por isso para cada vez ser mais profissional”.
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